Vereadores pretendem denunciar pastor queniano ao MPF por “homofobia”
Perseguição contra evangélicos cresce em Campo Grande, Mato Grosso do Sul
Julio
Severo
Os vereadores de Campo Grande, Mato
Grosso do Sul, pretendem denunciar o pastor queniano David Owuor, conhecido nos
meios evangélicos por um ministério de profecias, por “homofobia” e
“desrespeitar a Constituição brasileira,” porque durante culto no Parque das
Nações Indígenas, o pastor da África criticou o pecado homossexual e o pecado
de mulheres que usam saia curta.
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Pr. David Owuor |
O requerimento pedindo a
investigação por “homofobia” e por desrespeitar o artigo 5º da Constituição
Federal, que prevê liberdade individual, obteve o apoio dos vereadores Luiza
Ribeiro (PPS), João Rocha (PSDB), Chiquinho Telles (PSD) e Waldecy Chocolate
(PP).
Eles querem a investigação do pastor
pentecostal por ter declarado que os homossexuais não vão herdar o Reino de
Deus. O pastor, que reuniu 10 mil pessoas no Parque das Nações Indígenas, disse
também que as moças não podem ir à igreja com saias curtas e calças apertadas.
Nada de “minissaias, calças
apertadas, mentiras, falsidade, prosperidade, fumo e a bebida. Se esforcem para
viver em paz com todos os homens e serem santos,” pregou ele, em estilo
pentecostal clássico, para o público evangélico, que o aplaudiu e gritou
“aleluia.”
O vereador Alceu Bueno (PSL), falando
em nome da bancada evangélica da Câmara de Campo Grande, repudiou a atitude dos
vereadores que estão perseguindo o pastor queniano.
“Não comungo com a ideia de cinco
vereadores que estão pedindo investigação no Ministério Público Federal contra
o queniano. Acho que pegaram a palavra dele fora do contexto. Ele só citou a Bíblia,
que como todo o evangelho condena o homossexualismo,” afirmou Alceu Bueno.
Na sessão da próxima terça-feira (1
de abril), Bueno disse que vai pedir ao vereador Paulo Pedra que desista do
requerimento contra o pastor pentecostal. “Se não pudermos abrir a Bíblia e
dizer o que ela fala, vamos ter que rasgá-la,” argumentou o vereador
evangélico.
Ao contrário do que considerou
Pedra, para Bueno o pastor queniano “não foi infeliz, só citou a Bíblia.”
Indagado pela imprensa sobre os versículos bíblicos que são contra o homossexualismo,
o vereador do PSL citou Levítico 20:13: “Quando o homem se deitar com outro
homem como se fosse mulher, ambos fizeram abominação diante do senhor”. Ele disse
também que o Novo Testamento igualmente condena a homossexualidade, conforme Coríntios 6:9.
A bancada evangélica da Câmara é
composta pelos vereadores Alceu Bueno (PSL), Elizeu Dionízio (SDD), Rose
Modesto (PSDB), Flávio Cesar (PT do B) e Mario Cesar (PMDB).
Campo Grande tem se destacado por
uma crescente perseguição aos evangélicos que assumem uma postura contra o
pecado homossexual.
Em 2007, a Defensoria Pública de
Campo Grande iniciou uma ação civil contra Náurio Martins França, autor do
livro “A Maldição de Deus sobre o Homossexual: o homossexual precisa conhecer a
maldição divina que está sobre ele.” Na época, o caso dele repercutiu no mundo
todo, por recomendação minha, no portal pró-família internacional LifeSiteNews,
através de uma matéria intitulada “Evangélico
é censurado e multado por fazer comentários ‘homofóbicos’ em livro.”
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Náurio Martins França |
Ao entrar com a ação que proibiu o
comércio do livro, a Defensoria Pública sustentou que a publicação tinha
“conteúdo declarado preconceituoso homofóbico, transmite a ideia de que o homossexual
é amaldiçoado por Deus.”
Náurio, negando que seu livro
estaria incitando a violência contra homossexuais, declarou que a intenção era convertê-los
à religião evangélica. A defesa do escritor sustentou que ele, ao escrever o
livro, exercera o direito constitucional de liberdade de pensamento, opinião e
religião.
Em sua decisão, o juiz Dorival dos
Santos reconhece o valor dos direitos constitucionais citados pelo escritor, mas
menciona outro trecho da Constituição, que trata da igualdade e dignidade da
pessoa humana. Para ele, a homossexualidade está diretamente ligada à igualdade
e dignidade da pessoa humana, sendo assim muito mais importante do que a
liberdade de pensamento, opinião e religião.
Náurio, que é membro da Igreja
Internacional da Graça em Campo Grande, teria mandado imprimir em torno de 600
livros. Trezentos exemplares foram confiscados por determinação judicial. O
restante já havia sido vendido.
No mesmo ano, um grupo formado por
GLBTs (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) fez uma manifestação queimando
um exemplar do livro de Náurio na frente da Igreja Internacional da Graça, localizada
na Avenida Afonso Pena, sem que as autoridades vissem crime de ódio no ato.
Mesmo sem nenhuma lei no Brasil
contra um “crime” neurótico de “homofobia” — termo interpretado por seus
promotores neuróticos como qualquer contrariedade ao comportamento homossexual
—, aumentam os casos de perseguição em outras partes do Brasil:
Em 2007, o Rev.
Ademir Kreutzfeld, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB),
foi vítima de queixa de um ativista homossexual. Para piorar sua situação,
na época a IECLB era chefiada pelo Rev.
Walter Altmann, antigo defensor da Teologia da Libertação.
Em 2011, outdoors
com versículos bíblicos em Ribeirão Preto foram removidos por “homofobia.”
Em 2007 e 2011, a ABGLT
(Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais)
denunciou, respectivamente, Julio Severo e Silas Malafaia ao Ministério Público
Federal por “homofobia.”
Com informações de Campo Grande
News, Grande FM e MidiaMax.
Fonte:
www.juliosevero.com
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